Wednesday

more than a pair of boots

Nancy Sinatra sempre fez escolhas interessantes em sua carreira. E por isso já mereceria respeito.
Mas mesmo com toda loirisse e todo dna, Nancy demorou pelo menos mais de meio segundo até ser alçada a musa pop.

Pelo menos até 1966, quando aparece cercada de 6 belas moças, entoando o libertário these boots are made for walking, com seu charme desajeitado, míni, brilhos, uma coreô increíble e pronto, a America finalmente caiu de amores pela herdeira desafinada de Frank.
Mas também, era irresistível.

Nancy cantava com a doçura e irônia certas as letras existencialistas do odd e melancólico Lee Hazlewood. Muitas vezes inclusive com ele e seu genial bigode, como na esquisitíssima some velvet moring e na minha favorita, summer wine.
Além das musicas pop-melancólicas (kitsch?), que viraram hit uma a uma, o pacote estético também era magistral. A fina flor dos anos 60 e toda sua sensualidade naive. As vezes country outras futurista, com psicodelia e muito corte A, porém sempre com os cabelos moldados e as unipresentes e icônicas go-go boots.
E com elas Nancy estrelou até filme com Elvis Presley, speedway, onde prova mais uma vez que é sensual mesmo sendo a pior dançarina de todos os tempos.

Porém com todo esse dna, toda essa oddness e toda loirisse, Nancy ameaçava virar apenas mais uma capa de playboy dos anos 80, jogada na gaveta de nossos pais.
Até Tarantino, obrigada, traze-la de volta numa regravação de Bang Bang em Kill Bill, e Zoey Deschanel me fazer querer ouvir sugar town até morrer ...

so, yes ... we love Nancy Sinatra (and of course Mr. Frank, we love you too)

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